Trump precisa desfazer relação distorcida e codependente entre Netanyahu e Hamas
Editorialista de política internacional do New York Times desde 1995, foi ganhador do prêmio Pulitzer em três oportunidades
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"Você cria sua própria realidade. A verdade é algo maleável." — Roy Cohn para Donald Trump no filme "O Aprendiz"
Ouvir o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizendo a israelenses e árabes na segunda-feira (12) que eles estavam "no alvorecer histórico de um novo Oriente Médio" foi como assistir a Trump vendendo a seus banqueiros um plano para construir o maior, mais bonito e mais incrível hotel do mundo em um depósito de lixo tóxico.
Por um lado, você pensa: Esse homem deve estar louco. Ele não conhece a história desse lugar? Não dá para construir um hotel ali! E, por outro, uma voz no fundo da sua cabeça sussurra: E se ele conseguir?
A capacidade de Trump de combinar intimidação, bajulação e exagero é algo digno de se ver e estava evidente na segunda-feira em seus discursos ao Parlamento de Israel e, depois, a mais de 20 líderes mundiais em uma cúpula em Sharm el-Sheikh, no Egito.
Nenhum diplomata tradicional ou professor de política externa teria aconselhado o presidente a correr tais riscos —a declarar que estamos no caminho para a paz no Oriente Médio e que ele, Donald Trump, presidirá o "Conselho da Paz" que a concretizará. Mas Trump frequentou a escola de negócios, não de relações exteriores, e acredita que pode persuadir, pressionar e intimidar esse conflito até um final feliz.
Uma vez que essa estratégia trouxe a Trump tanto múltiplas falências no setor imobiliário quanto dois mandatos na política, não vou apostar contra nem a favor dele. Vou apenas lhe dar este conselho: Presidente, para concretizar esse acordo, o senhor precisa se mover rápido e quebrar coisas.
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Até agora, não vejo isso. Eu entendo que é cedo, mas neste momento não vejo nem mesmo os primeiros passos para a próxima fase. Não vejo nenhuma resolução da ONU na mesa criando a força de paz árabe/internacional para supervisionar o desarmamento do Hamas e a segurança na Faixa de Gaza até que uma força de segurança palestina adequada possa ser criada. Não vejo dinheiro na mesa para os bilhões que serão necessários para a reconstrução, e não tenho ideia de quem deve nomear e administrar o gabinete de tecnocratas palestinos que devem governar Gaza em vez do Hamas, que © UOL
