Clima de prisão para Bolsonaro
"Não existe clima para prender Bolsonaro." Esgotados os caminhos jurídicos –pelo menos os não risíveis– para a defesa do ex-presidente, a frase começou a circular nos últimos dias feito cão sem dono, farejando traseiros em busca de encaixes. Vai que cola: não é inegável a vocação da elite brasileira para a acochambração?
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Mas como assim –"não existe clima"? Desde quando o cumprimento da lei se subordina a condições atmosféricas? E como esse clima figurado se relaciona com o clima propriamente dito, aquele que tornou infernal o verão encerrado agora e que, à beira de um colapso, ameaça a continuidade da civilização humana como a conhecemos?
Para entender melhor o que significa a tentativa climatológica de livrar da cadeia o criminoso mais lambão da história política brasileira, apanhado com a mão metida em todas as cumbucas, vale recuar até a Grécia antiga a fim de acompanhar a trajetória da palavra "klíma", um vocábulo de vasta prole.
Os gregos antigos não eram grandes climatologistas –nem mesmo pequenos, pois a climatologia ainda levaria séculos para nascer. No entanto, seu termo "klíma",........
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