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Fungos patogênicos: a área negligenciada no estudo de doenças negligenciadas

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25.04.2024

Em 1999, a Columbia Britânica, no sudoeste do Canadá, assistiu a um surto de infecções causado por um fungo do complexo de espécies Cryptococcus gattii. Entre os sintomas da criptococose — a micose sistêmica causada por esse tipo de fungo —, estão febre, náuseas, tosse, dor de cabeça, confusão mental e perda de peso. No início dos anos 2000 o fungo se espalhou por partes do Noroeste dos Estados Unidos. Até 2007, só na Columbia Britânica mais de 200 pessoas haviam contraído a infecção. A maioria apresentou problemas respiratórios graves, e pouco menos de 10% dos infectados chegou a morrer no período. Até 2015, o Canadá registrou quase 400 casos.

Avançando alguns anos, um grupo de pesquisadores da Fiocruz encontrou esse mesmo fungo na poeira de casas em Santa Isabel do Rio Negro (além de um "parente" próximo, do complexo de espécies Cryptococcus neoformans, em outros dois municípios da microrregião do Rio Negro), no Amazonas. A diferença é que, no momento da pesquisa, não havia evidências de pessoas doentes, mesmo em contato com o patógeno.

Sabe-se que C. gattii está presente em regiões tão diversas quanto algumas partes do continente africano, da Austrália, Papua Nova Guiné, Canadá, Estados Unidos e Brasil. Mas, se o fungo é o mesmo, o que faz com que o potencial de infecção seja tão diferente de um lugar para outro?

O micologista e farmacêutico Fábio Brito-Santos, que liderou a identificação do fungo na Amazônia (com pesquisa publicada em dois artigos: um de 2015 e um de 2020), diz que essa é uma pergunta que ele ainda........

© UOL


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