A consciência também é matemática
Lembro que depois de alguma travessura minha mãe sempre falava: "Edgardzinho, por favor, ponha a mão na consciência!". Quando meu senso de humor (ou nível de coragem) permitia, eu retrucava: "Mas onde fica a consciência?". A pergunta tem cara de provocação, é claro. Mas o surpreendente é que questões parecidas são formuladas por diversos cientistas, em diversas disciplinas. A surpresa? A consciência também é matemática!
Uma teoria da consciência é motivada por diversas perguntas. Por exemplo, por que é mais fácil associar a cor cinza à cor preta do que à amarela? Ou por que é que quando vemos um relâmpago esperamos escutar um trovão?
Note que há perguntas acerca da consciência que dizem respeito à maneira como o cérebro estabelece relações (relâmpago e trovão) por meio de sentidos diferentes (visão e audição). E há outras questões também muito interessantes. Uma delas relaciona a consciência ao volume de atividade cerebral. Durante a fase REM do sono (REM é a sigla para movimento rápido dos olhos), por exemplo, não estamos conscientes, embora ocorra intensa atividade cerebral. Outra questão envolve a estrutura necessária para que um organismo desenvolva consciência. Um recém-nascido tem consciência? Ainda nessa linha, é possível que um computador desenvolva consciência? Essas duas classes de perguntas têm sido examinadas na literatura por meio de modelos matemáticos rigorosos.
A teoria associada à primeira classe de perguntas (relâmpago e trovão) concentra-se na estrutura do cérebro. Aqui, a consciência é uma fotografia da atividade cerebral em determinado instante. E essa fotografia precisa ser interpretada à luz de relações entre regiões distintas do cérebro. Vamos comparar dois........
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