Robôs assassinos mudarão guerras para sempre
Há sinais de que a maneira como as guerras são travadas esteja mudando para sempre. Sistemas bélicos autônomos (AWS) se tornaram centrais às estratégias militares de grandes potências, enquanto demos impressionantes pipocam nas feiras setoriais e fóruns especializados, como exemplificado por um cachorro robótico equipado com metralhadora em seu dorso que estabiliza melhor a arma que os braços de um soldado e pelo drone Valkerie, capaz de atacar alvos a 500 km de distância sem interferência humana.
Há uma intensa movimentação na ONU para regular o uso dessas armas, cuja proliferação o negociador austríaco da matéria no órgão, Alexander Kmentt, caracteriza como "um dos maiores pontos de inflexão da história da humanidade", mas não há consenso no horizonte próximo, dado que isto iria contra o interesse de algumas das principais potências militares do globo.
"Estados Unidos, Rússia, Austrália, Israel e outros argumentam que nenhuma lei internacional é necessária por agora, enquanto a China quer definir limites legais estreitos a ponto de não terem qualquer efeito prático" (The New York Times, 21/11/23, citando fontes não identificadas nominalmente).
A Guerra da Ucrânia tem papel relevante nessa mudança de paradigma. Em 2023, o país invadido incorporou o quadricóptero Saker Scout, que carrega bombas que podem ser despejadas sobre os inimigos sem intervenção humana, feito que serve de prenúncio sobre o que vem por aí.
O dia a dia da guerra, no entanto, é marcado pelo uso de veículos não tripulados menos tecnológicos, como os que vêm afundando embarcações russas na baía de Sebastopol, na Crimeia, pelas mãos de soldados que mais parecem campeões de videogame.
Ao mesmo tempo que vêm trazendo importantes conquistas materiais para a Ucrânia, essas armas operadas a distância ajudam a explicar por que o entendimento dos maiores especialistas convergiu na perspectiva de que a guerra dificilmente terá fim sem perda de território ucraniano, entre outras condições que na prática se traduzem em derrota ocidental ou, ao menos, em ausência de vitória.
Os 18% do território ucraniano ocupados pelas tropas de Putin não estão sendo resguardados apenas com trincheiras e minas, mas também com enxames de drones, que sobrevoam as tropas ucranianas ininterruptamente, neutralizando ataques-surpresa.
O mesmo se dá do outro lado, mas fato é que o tempo joga contra Zelenski e seu exército. Para complicar, o embaralhamento dos sinais utilizados para controlar essas armas de controle remoto se tornou uma habilidade crucial e a Rússia vem levando........© UOL
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