A votarmo-nos ao atraso de vida desde 1975
Com as eleições a chegar, já sentem aquele desconsolo de ir votar no partido menos péssimo? Já ruminam na angústia do vosso voto poder ditar a quarta bancarrota nos últimos 50 anos? Já partilham da frustração que é o gesto de introduzir o voto na urna provocar uma sensação tão semelhante ao da introdução do que for necessário introduzir para um exame à próstata?
Era aqui que vos diria “nada temam”. Só que não posso, pois estou a guardar todos os argumentos aldrabões para quando o PS voltar a precisar de arranjar um recôndito artista com provas dadas – ainda que todas elas bem negativas – no mundo do rap, para integrar a sua lista de candidatos por Lisboa.
Em alternativa, deixo-vos reflexões. Mas reflexões profundas, daquelas que permitem definir como proceder? Nada disso. Reflexões daquelas disformes, tipo Sala dos Espelhos da Feira Popular. A propósito, ocorreu-me o Livre. Lembrei-me daquele espelho em que uma pessoa magra se vê bem rechonchodinha. Que devia ser, digo eu, o único tipo........
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