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Debates: o caso Ventura

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13.05.2025

Os partidos partem para a rua. Por todo o país serão organizados discursos, arruadas, palanques, autocarros, distribuição de folhetos e bandeiras, carros alegóricos com megafone, variedades, almoços e jantares. Para trás ficaram os debates. Uma longa série de debates. Nos últimos domingo e segunda-feira, num espaço de poucas horas, ocorreram inclusivamente, um nas televisões, outro nas rádios, debates entre todos os partidos com assento parlamentar. O que fica de tudo isto?

Audiências à parte, o país seguiu o seu curso, como normalmente e fatalmente segue. A vida continua, e continua todos os dias, haja ou não haja debates. Pessoalmente, sendo extremamente politizado, ou seja, tendo interesse pessoal na política e achando a política interessante, vejo-me inclinado a visionar o maior número possível. Assim, enquanto uma considerável parte da população acha os debates aborrecidos e repetitivos, evitando a todo o custo assistir a tais enredos, eu, confortavelmente sentado no sofá, absorvo, na medida da minha – com certeza, limitada – capacidade, o máximo de conteúdo saído do aparelho fonador dos intervenientes. Conhecendo há alguns anos vários deles, e tendo em conta que ainda há um ano o processo ocorreu nos mesmo moldes, não fui grandemente surpreendido com a sua performance.

Mas, o que se entende por performance num debate? Há, com certeza, várias perspetivas para analisar os debatentes. Para uns contará acima de tudo o plano das ideias; para outros a argumentação e contra-argumentação; para alguns o efeito retórico; para outros, ainda, a simpatia e a empatia do agente político. Todavia, além de os políticos na sua prestação nos debates não apresentarem grandes traços inovadores, também os comentadores, na sua dissecação e avaliação daqueles, não se destacaram pelo recurso surpreendente da metáfora nem pela inopinada classificação dos intervenientes (por exemplo, na SIC, à exceção de Miguel Morgado, a base dessa classificação é de 1 a 10 valores). Podemos dizer, e sem grande margem para o erro, que os comentadores de esquerda atribuem a vitória aos seus queridos políticos de esquerda e os de direita fazem o mesmo com os respetivos líderes da sua preferência ideológica. Consoante apreciemos o político (ou políticas) em causa, encontramos sempre........

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