Pilares da Nova Estratégia Europeia de Segurança
Num tempo marcado por conflitos nas fronteiras europeias, catástrofes climáticas de intensidade crescente, ciberataques sofisticados, crime internacional organizado, tráfico de migrantes, de seres humanos e de droga e campanhas de desinformação orquestradas por potências hostis, a União Europeia (UE) demonstra, finalmente, sinais de despertar para uma realidade incontornável: a segurança, no século XXI, exige uma abordagem, verdadeiramente, integrada.
A Estratégia da União de Preparação (Preparedness Union Strategy), a nova Estratégia Europeia de Segurança Interna (ProtectEU) e o anunciado Escudo Europeu da Democracia vêm preencher lacunas estruturais na resposta da UE às crises e complementar de forma decisiva o Livro Branco da Defesa Europeia (RearmEU). Juntas, estas iniciativas constituem um quadro abrangente para uma UE segura, protegida e resiliente dando início a um novo paradigma: a segurança não é apenas militar, policial ou de socorro; é também civil, digital, climática, sanitária e, na maior parte dos casos, híbrida. Tem de ser encarada como uma responsabilidade transversal a todas as políticas públicas.
O ponto de partida é claro: as respostas a crises têm sido, essencialmente, reativas, compartimentadas e, por vezes, com níveis de coordenação pouco eficazes. Até agora, as respostas às crises, na União Europeia, sejam elas de saúde pública, desastres naturais ou provocadas pelo homem, revelam, em muitos casos, falhas de diferentes níveis: falta de coordenação entre os diferentes níveis governação, respostas desarticuladas entre setores civis e militares ou mecanismos de proteção civil fragmentados. A Estratégia da União de Preparação faz um diagnóstico frontal e propõe um modelo de ação que assenta em quatro grandes eixos: antecipação, resposta coordenada, recuperação rápida e investimento estruturado. Sob estes........
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