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Alargamento da UE: desafio estratégico e urgente

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05.06.2025

Depois de ter estado parada durante vários anos, a Política de Alargamento está de novo na agenda da União Europeia (UE). Na sequência da guerra de agressão da Rússia à Ucrânia, o processo reavivou e voltou à agenda política dos Estados-Membros bem como dos países vizinhos. Além dos cinco países candidatos dos Balcãs Ocidentais (Albânia, Bósnia-Herzegovina, Montenegro, Macedónia do Norte e Sérvia) e da Turquia, formalizaram o pedido de adesão à UE 3 países: a Geórgia, a Moldávia e a Ucrânia, devido à crescente instabilidade geopolítica.

A próxima ronda de alargamento enfrenta, no entanto, uma incerteza considerável. A guerra em curso na Ucrânia, os complexos legados históricos, as ameaças políticas à democracia e ao Estado de Direito na maioria dos países candidatos, nomeadamente as campanhas de desinformação anti-UE a que estão sujeitos os cidadãos dos países candidatos, levadas a cabo por países terceiros, visando boicotar o processo de adesão, são fatores que acrescentam complexidade ao processo de alargamento. Tudo isto, somado a uma grande ambiguidade em torno da vontade e da capacidade dos países candidatos em efetuarem as reformas necessárias para se alinharem com o Acervo da União Europeia, tornam difícil prever um calendário claro para a adesão e quais os seus impactos no orçamento e na estrutura política da UE.

No entanto, a Política de Alargamento da União Europeia, mais do que uma equação de ganhos e perdas económicas e financeiras, é um desafio estratégico, na medida em que contribui significativamente para promover a estabilidade, a paz, a prosperidade e o desenvolvimento económico e social por todo o continente.

Este não é um jogo de soma nula, em que os ganhos de uns (países candidatos) são correlacionais a perdas de outros (Estados-Membros). Alargar a UE e ampliar a sua esfera de influência produz benefícios para todos, mas coloca, simultaneamente, desafios para o orçamento e para a estrutura institucional da UE, sobretudo na tomada de decisões que requerem unanimidade no Conselho da União Europeia ou a ratificação por todos os Estados-Membros.

O alargamento traz benefícios imediatos para os novos Estados-Membros, nomeadamente: estabilidade política, liberdade para os cidadãos, de viverem, estudarem ou........

© Observador