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O Procurador, procura

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11.06.2025

Há coisas que parecem simples. As palavras tornam-nas evidentes. O frenesim mediático em que vivemos distorce a realidade e regredimos enquanto civilização.

Dei por mim a pensar nisto a propósito da “briga de amor” entre Trump e Musk. Quantas paixões terminam em ódio, ainda que seja apenas de um dos lados? É normal na natureza humana. O susto aqui é perceber que são os mais poderosos do mundo, os que moldam de forma mais marcante e abrangente o destino da humanidade, na parte que podemos controlar, que tomam decisões estratégicas com base em zangas de amor. Dir-me-ão que sempre assim aconteceu. Basta recordar o mito de Helena de Tróia. Os mitos não surgem do nada. Mas o estado frenético da civilização humana actual cimenta-me a convicção de que somos uma pré civilização e não uma civilização.

Onde entra o Procurador? Entra quando chegamos ao microcosmos que é Portugal. Na nossa minúscula realidade teimamos em copiar o que de pior se faz lá fora. O caso da empresa do actual primeiro-ministro e o modo como, de forma praticamente unânime, todas as mentes brilhantes que populam na comunicação social consideraram adequado que ele expusesse toda a sua vida privada ao público em geral encaixa na tese que já ao tempo de António Costa defendi. O Inspector, inspecciona. O Procurador procura a verdade. O Juiz decide. Dito em linguagem do Povo é isto, algo tão simples, tão linear. Porque teimamos em complicar?

Quando um inspector tem uma........

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