Este é um texto conjunto de André Franqueira Rodrigues, Juan Fernando López Aguilar, Sérgio Gonçalves e Eric Sargiacomo, deputados socialistas ao Parlamento Europeu)

Este verão, em pleno mês de julho, a Comissão Europeia apresentou a sua proposta para o novo Quadro Financeiro Plurianual: o orçamento que deverá definir o rumo da União a partir de 2028. O que Von der Leyen colocou em cima da mesa não é uma simples reforma técnica: trata-se de um ataque frontal ao próprio coração da integração europeia.

O objetivo é fundir a Política Agrícola Comum (PAC), a Política Comum das Pescas (PCP) e a Política de Coesão num único instrumento, eufemisticamente designado de “Planos de Parceria Nacional e Regional”. Esta mudança sem precedentes na lógica das políticas comuns abre a porta a medidas fragmentadas, diferentes em cada país, com claros riscos de desigualdade e distorções na solidariedade interterritorial e até no próprio mercado único.

A retórica da Presidente da Comissão fala em “flexibilidade” e na capacidade de adaptação aos desafios globais. Mas a realidade é bem diferente: estamos perante uma viragem ideológica que destrói a coesão e compromete as pescas e a agricultura, ignorando as consequências que tal terá para milhões de europeus, especialmente nas regiões mais........

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