Opinião | Como frear a epidemia de acidentes com motos
O Brasil vive uma epidemia silenciosa nas ruas e estradas: os acidentes com motociclistas. O crescimento desses sinistros, nos últimos anos, expõe um problema que transcende a esfera individual e se impõe como desafio coletivo, com graves repercussões sociais, econômicas e de saúde pública. Essa realidade escancara a vulnerabilidade de milhões de trabalhadores que usam a moto como principal meio de transporte ou fonte de renda.
Em 2023, 73% das vítimas de acidentes de trânsito atendidas nos serviços de saúde eram motociclistas. Em 2024, o índice chegou a 84% e, apenas no primeiro trimestre de 2025, já alcançou 86%. Em cidades como Campina Grande (PB), os acidentes de moto cresceram mais de 30% apenas no primeiro semestre, repetindo tendência de diversas regiões. Esses números representam pessoas reais, com histórias interrompidas de forma abrupta, aprofundando o drama humano e social de cada ocorrência.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), motociclistas são o maior grupo de vítimas fatais do trânsito no Brasil: 35% do total. Entre as mais de 30 mil mortes anuais nas estradas, uma em cada três ocorre em veículos de duas rodas. A maioria são homens jovens, cujas famílias enfrentam luto, sequelas e custos permanentes de reabilitação. Pelo menos metade dos........
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