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Perseguições, hype: o ano da literatura em dez pontos

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Em setembro, parte importante do mercado editorial comemorou o sucesso da Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O pavilhão lotou, a quantidade de visitantes foi mesmo ótima, editoras venderam para caramba. Eventos assim iludem, dão a impressão de que há um interesse imenso de um público gigantesco pelos livros e pela leitura.

Pouco depois, no final de novembro, números mostraram o cenário real. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil apontou: o número de leitores no Brasil despencou, a repulsa aos livros aumentou. Não há, creio, notícia mais importante para o setor em 2024 que essa tristeza.

E a pesquisa também mostrou que o preço do livro não é apontado como um grande entrave para a leitura. Apesar disso, discussões sobre quanto leitores estão pagando pelas novidades pipocaram ao longo do ano.

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Perseguições, hype: o ano da literatura em dez pontos

Mundo afora, livros seguem sendo perseguidos em países teoricamente democráticos. A fogueira metafórica segue acesa no Brasil. Nos Estados Unidos, há cada vez mais títulos banidos de bibliotecas, confirmando que a ideia de terra da liberdade é pura papagaiada.

Quem aderiu à nefasta moda em 2024 foi a Argentina, onde começaram a rolar perseguições a livros contemporâneos adotados por escolas. Falo de obras como "Cometerra", de Dolores Reyes, e o excelente "As Aventuras da China Iron",........

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