Violência doméstica, crendices sobre legislar e gestão do papel
A propósito do ralhete que peritos deram a Portugal acerca da violência doméstica, várias coisas vieram à baila. Algumas delas mereciam um texto, a começar pelos efeitos do ralhete, que, como é costume, teve o poderoso resultado que sempre tem entre nós o que vem de fora, e pôs tudo em sobressalto, reflexão e contrição. E também merecia um texto a questão de saber qual é o critério usado pelos peritos para a ‘brandura’ das penas, bem como qual o universo de amostras e de base de análise, e como ponderaram, ou não, as circunstâncias dos casos concretos. Igualmente importava analisar melhor os possíveis vieses cognitivos que atravessam decisões sobre violência doméstica (e muitas outras decisões sobre outros temas), e que vão para lá da dita visão patriarcal. Importava também levar em conta o que – contribuindo para as estatísticas impressionantes – é verdadeira........
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