600 dias da guerra em Gaza: a vitória militar e o fracasso político
Na próxima quarta-feira, dia 28 de maio, o conflito no Oriente Médio chegará ao 600º dia. Apesar da passagem do tempo, é impossível esquecer o que aconteceu naquele dia 7 de outubro de 2023.
A tremenda violência da ação terrorista do Hamas contra os cidadãos israelenses, incluídos crianças, mulheres e idosos, que vitimou cerca de 1,2 mil pessoas, além do sequestro de quase três centenas – cerca de 50 das quais permanecem até hoje nas mãos dos sequestradores – foi profundamente impactante, e as sociedades israelense e internacional, de forma praticamente unânime, apoiaram a reação do exército de Israel contra os ataques.
A ofensiva israelense sobre o território da Faixa de Gaza não surpreendeu os planejadores do Hamas. Na verdade, eles esperavam essa reação, e a violência terrorista de 7 de outubro teve justamente esse objetivo provocador.
Eles consideravam que a conflagração de uma crise na Faixa de Gaza bloquearia a aproximação então em curso entre a Arábia Saudita e Israel – o prosseguimento dos Acordos de Abraão – ao mesmo tempo em que as imagens da guerra na Palestina serviriam de poderoso instrumento de propaganda e revigoramento da causa do grupo.
Os terroristas do Hamas não contavam, entretanto, com a intensidade da violência da reação israelense, que, 600 dias depois do ataque, já levou à morte de mais de 50 mil pessoas e transformou em terra arrasada a Faixa de Gaza.
Eles apostavam que o exército israelense teria seu ímpeto contido pela pressão da opinião pública local e internacional; afinal, propositalmente misturados à população palestina, utilizando o subterrâneo........
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