A Deus, papa Francisco
O que mais me marcou foi a imagem de um muçulmano com o braço direito erguido, segurando a Masbaha (terço islâmico), assim que Francisco adentrou o auditório do Instituto para o Treinamento de Imãs Mohammed VI, em Rabat, capital do Marrocos. Havia ali um ato de profundo respeito por um homem que pregava a paz e a importância do diálogo inter-religioso. Havia um silêncio absoluto naquele anfiteatro, rompido apenas quando o papa discursou e quando um trio de cantores — um muçulmano, uma judia e uma cristã — entoaram a Ave Maria.
Foi um momento tão numinoso que as lágrimas rolaram pela minha face. Existia um senso de unidade e de paz naquele local que creio ser impossível expressar com palavras. Ao fim do evento, clérigos islâmicos desceram as escadarias do prédio com um semblante de satisfação e de admiração.
No último dia da breve viagem ao Marrocos — a primeira de Francisco em um país árabe —, o jesuíta Jorge Mario Bergoglio lotou o Estádio Príncipe........
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