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“Minha missão é defender a democracia”, diz Marcelo Rubens Paiva em Buenos Aires

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O auditório estava lotado. As poltronas do cinema não foram suficientes e muitos sentaram no chão para assistir ao filme ‘Ainda estou aqui’ (Aún estoy aqui), de Walter Salles. O ‘Cinema pela Identidade’, que fica na sede da entidade de direitos humanos Avós da Praça de Maio, foi o lugar de exibição da obra brasileira, baseada no livro de Marcelo Rubens Paiva.

A sede da entidade fica em um dos pavilhões de paredes brancas que serviram de centros de tortura durante a ditadura militar argentina (1976-1983). Em cada um deles, em meio a várias árvores e ao som de passarinhos,  estão pintados os rostos das vítimas daquelas atrocidades. Uma pintura em um dos muros ressalta: ‘30 mil desaparecidos’.

O lugar é imenso. Seria impossível que da rua ouvissem os horrores que aconteciam ali naqueles anos de chumbo.

Memória, ‘Ainda estou aqui’ e ‘Feliz Ano velho’ - As imagens de algumas das vítimas nas paredes são em preto e branco. O tempo não apagou aqueles rostos e a memória da ditadura argentina. A ex-Escola de Mecânica da Marinha (ESMA) é hoje o Espaço Memória e de Direitos Humanos e, apesar de estar a cerca de 40 minutos do centro de Buenos Aires, atraiu público ávido para ouvir as palavras de Marcelo Rubens Paiva.

Muitos deles levaram os livros ‘Ainda estou aqui’ e ‘Feliz Ano Velho’ em busca de autógrafo do autor. Eram filhas e filhos, netas e netos de desaparecidos políticos, e também estudantes que pesquisam sobre as ditaduras, professores e outras pessoas curiosas para saber mais sobre a história de Marcelo e dos 21 anos de autoritarismo no Brasil (1964-1985) e do Brasil atual.

“Difícil não se emocionar” - Quando o filme terminou, o autor entrou no palco. Foi longamente aplaudido. No  telão ainda eram exibidas as fotos da família Paiva que aparecem antes do fim da película. Ele ouviu os aplausos em silêncio. Difícil não se........

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