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Encontramos a prova de que Alysson Mascaro foi vítima de armação na USP

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21.12.2025

Logo após a decisão da Congregação da Faculdade de Direito da USP (Largo São Francisco), na quinta-feira da semana passada, que aprovou a demissão de Alysson Mascaro, as redes sociais voltaram a ser palco de ataques ao professor e àqueles que questionam o processo administrativo disciplinar (PAD).

“E parte da esquerda tentou desqualificar as vítimas, como se um monte de gente tivesse se unido e inventado mensagens e condutas criminosas só para prejudicar esse sujeito. Vergonhoso”, comentou um professor na postagem do Intercept Brasil, veículo que publicou a reportagem, com fontes anônimas, que motivou a abertura do PAD.

A postagem do Intercept Brasil no Instagram tinha tom de comemoração:

“Investigação da universidade, aberta após reportagem do Intercept, durou mais de um ano; depois de ouvir vítimas e realizar diligências, a Procuradoria da USP decidiu punir Alysson Mascaro com a demissão. As acusações agora são investigadas pelo Ministério Público.”A Folha de S. Paulo destacou que a decisão foi unânime.

O que nenhum órgão de imprensa informou é que a reunião teve momentos de tensão e que a unanimidade foi apenas formal, não refletindo o incômodo que o processo aparentemente gerou em alguns congregados. Dois deles, desembargadores, teriam questionado a pena de demissão.

Para eles, seria, no máximo, o caso de suspensão. Outro professor, magistrado em corte superior, teria deixado a reunião quando houve inversão da pauta, e o caso Alysson Mascaro passou a ser o primeiro a ser analisado. Esse professor teria se retirado acompanhado de outras três ou quatro pessoas.

Àquela altura, o quórum, que já era baixo, foi reduzido ainda mais. Dos cerca de 70 membros da Congregação, permaneceram na sessão aproximadamente 20, e foram estes que condenaram Alysson Mascaro, em votação simbólica, não nominal.“Aqueles que concordam permaneçam como estão. Aprovado”, disse o presidente da sessão.

Esse relato foi obtido por meio de um dos participantes da reunião. O diretor da Faculdade de Direito, Celso Campilongo, foi procurado, mas afirmou não poder se manifestar em razão do sigilo do processo administrativo, mesmo após sua conclusão.

“O processo é confidencial e sigiloso. Em razão disso, nada posso falar sobre a deliberação e a votação”, afirmou, após receber uma lista de perguntas, que reproduzo ao final deste texto.

Solicitei também acesso aos áudios e vídeos da sessão que resultou na condenação de Alysson Mascaro, mas, alegando o sigilo, o diretor negou o pedido.

O sigilo do processo tem como resultado imediato a continuidade do linchamento do professor da USP nas redes sociais, uma vez que há, nos autos, evidências que, no mínimo, colocam sob dúvida o veredito.

A comissão processante, integrada pelo procurador da USP João Afonso Santiago Filho e pelos professores titulares Fabiana Cristina Severi e Heitor Sica, não considerou, por exemplo, o testemunho contundente de um orientando de Mascaro.

Trata-se de um relato que poderia ter sido checado e, com relativa facilidade, a comissão descobriria que o professor estava sendo vítima de um conluio. Conversei com esse aluno que prestou o depoimento, e ele contou que foi procurado pela primeira vez em........

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