Bolsonarismo quer que o Brasil se curve perante Donald Trump
Professor titular da UFBA (Universidade Federal da Bahia) e autor de "Crônica de uma Tragédia Anunciada"
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
benefício do assinante
Você tem 7 acessos por dia para dar de presente. Qualquer pessoa que não é assinante poderá ler.
benefício do assinante
Assinantes podem liberar 7 acessos por dia para conteúdos da Folha.
Recurso exclusivo para assinantes
assine ou faça login
A direita bolsonarista brasileira não gosta de ser chamada de extrema direita. Rejeita a classificação por considerá-la uma tentativa deliberada de desqualificação por parte dos adversários. Prefere identificar-se apenas como direita —rótulo de que se orgulha e faz questão de ostentar.
Temos aqui um caso clássico de dissociação: identifica-se como direita, com orgulho, mas pensa e age como um movimento extremista que, por falta de opção melhor, aceita operar numa democracia liberal —ao menos enquanto ela ainda lhe serve. Sua inclinação natural, porém, é bem outra: atropelar as regras quando possível, driblar as instituições quando conveniente e, se a ocasião permitir, desferir um golpe contra o Estado de Direito —tudo em nome de valores, é claro.
Os quatro anos da presidência de Jair Bolsonaro demonstraram isso. Desde o início, o bolsonarismo se comportou como uma força hostil às amarras do Estado liberal-democrático, que nunca reconheceu.
Capturou a PGR, usou as Forças Armadas para ameaçar as instituições, atacou universidades e o jornalismo, instigou uma base social mobilizada contra tudo e todos e tentou "passar a boiada" sobre leis e procedimentos. Como ato final, tentou um golpe de Estado.
Perdida a eleição........
© UOL
