Todo homem é enganado
Diretora do Instituto Gerar de Psicanálise, autora de “Manifesto Antimaternalista” e “Felicidade Ordinária”. É doutora em psicologia pela USP
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Foram as mulheres que chacoalharam a estrutura da qual os homens estão caindo. Essa queda, que poderia ser apenas um feliz reajuste de posições, está associada ao alarmante aumento de feminicídios. É disso que trata esse ato bárbaro: inconformados com a descida da gangorra, preferem matar a conviver com a insurgência feminina.
Assim também é o branco que se diz não racista, usando como justificativa a relação "cordial" que tem com as pessoas negras à sua volta, sem admitir que essas costumam estar em posição de subalternidade. Na hora em que negros/as se apresentam como diretores de escola, professores, médicos, consumidores, ou seja, numa relação horizontal, a coisa muda. A regra é clara: se cada um permanece no seu quadrado, o contato pode até ser caloroso; pisou fora da risca, a violência aparece. Com a crescente mobilidade socioeconômica, essa dinâmica se torna mais explosiva.
Mas, voltando aos meninos: o que se tenta preservar quando se cometem violências que vão do desrespeito ao feminicídio? Desde que um menino nasce, existe um esforço coletivo para convencê-lo de que tem direitos inalienáveis sobre os demais. Se ele for branco, isso inclui mulheres........
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