Precisamos de artistas, reforçou-me Tássia Reis do topo de sua cabeça
Precisamos de arte. Podem alguns e algumas berrarem contra esta genuína prática humana, questionarem o que há de artístico na criação do ser, na emancipação tímida de uma subjetividade intensa e que transborda em si. Faz parte da insatisfação crônica do indivíduo, que desafia o outro tentando atingir seu âmago, querer definir o que é e o que não é arte. Ainda assim, precisamos dela em todas as suas formas. Mais do que isso, precisamos de artistas.
A constatação — por mais óbvia que pareça —vai de encontro aos tempos apressados de hoje, nos quais é raro conseguir escutar um disco inteiro, sem pausas, absorvendo cada música ao longo da narrativa tecida de acordes e melodias. Pode-se dizer que tão raro quanto é enxergar uma artista em sua plenitude. E quando foi a última vez que escutamos um disco novo que nos fez sentir o quão importante é contar com gente que canta intimidades nas labirínticas entrelinhas de suas composições? Eu, no caso, dei-me ao prazer de tal experiência recentemente, quando Tássia Reis lançou ao mundo "Topo de Minha Cabeça", seu quinto álbum, e me atingiu em cheio.
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Trato como flecha certeira a capacidade de mirar nas profundezas da rotina corrida e ter por alvo a escuta plena, longa, que exige do peito abertura para recebê-la.........
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