Talarico é gíria com registro em cartório
O conselho de Millôr Fernandes sobre não ampliar a voz dos imbecis quase me levou a procurar outra palavra como tema da coluna de hoje. Ocorre que, por alguma razão, o substantivo "talarico" já vivia um pico de popularidade antes de ser convocado para adensar a baixaria da campanha pela Prefeitura de São Paulo.
Talarico(a), para quem não sabe, é quem rouba ou tenta roubar o(a) namorado(a) da(o) amiga(o) —assim mesmo, com todos esses parênteses e mais os que se achar prudente acrescentar. Trata-se de termo relativamente recente, sinônimo do também informal fura-olho.
Gírias desse tipo nunca são criadas na Academia Brasileira de Letras. Seu caldo de cultura é popular, muitas vezes ligado à marginalidade, quando não ao jargão da bandidagem profissional. No entanto, é preciso ter cuidado na hora de determinar sua origem.
Uma "cartilha do PCC" que circulou há poucos meses, com dezenas de "leis do crime", tinha como artigo primeiro um certo "ato de talarico", que ocorre "quando o envolvido tenta induzir (sic, provavelmente seduzir) a companheira de outro e não é correspondido".
Isso parece ter sido decisivo para que se espalhasse........
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