Quem censura livro anda de quatro
"Toda censura é burra" é uma máxima de origem incerta que pertence ao patrimônio de sabedoria coletiva da espécie. É incontestável. Toda censura é de uma estupidez zurradora e babona, e essa notícia não podia ser mais velha.
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Segundo o pesquisador Eric Berkowitz, autor de "Dangerous Ideas" (Ideias perigosas), uma história da censura, a primeira queima registrada de escritos ocorreu em 430 a.C. com a obra do filósofo grego Protágoras, que punha em dúvida a existência dos deuses.
Por que, então, a censura ainda é capaz de ser notícia no século 21, como se comprova na atual perseguição aos romances "O Avesso da Pele" (Companhia das Letras), de Jeferson Tenório, e "Outono de Carne Estranha" (Record), de Airton Souza?
A resposta é óbvia: porque a burrice é uma constante na história humana em geral e na brasileira em particular. Não só os comedores de alfafa não saem de moda como, em certos momentos e lugares, experimentam picos de poder e popularidade.
Para quem andou distraído: o livro de Tenório, uma delicada história sobre racismo, e o de Souza, que trata com sensibilidade da relação........
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