Por que 'crônica' e 'crônico', tão parecidos, são tão diferentes?
Que tal uma crônica sobre por que as palavras crônica e crônico são tão parecidas, sendo tão diferentes? É claro que, em termos ideais, o cronista deve fazer da crônica um exercício crônico; se não o fizer, bom cronista não será.
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No entanto, o que esse modelo de texto jornalístico-literário breve, inapelavelmente ameno, tem a ver com a doença que não vai embora, com a dor que não passa –com tudo aquilo em que o tempo, durando, grita presente? O que une o crônico e a crônica?
Tudo começa, claro, em Cronos –Khrónos em grego–, o deus Tempo. A crônica e o crônico vieram do adjetivo "khronikós", relativo ao tempo, que no latim deu "chronicus" e depois se substantivou em "chronica".
Crônico é o que se estende no tempo; crônica é o registro do tempo que passou. A primeira bifurcação gramatical e semântica das duas palavras é decisiva.
Como se vê, crônica não nasceu com o sentido que primeiro nos vem à cabeça no Brasil, o de gênero mezzo-lírico mezzo-cômico praticado em espaços fixos da imprensa por nomes como Rubem Braga e Fernando Sabino.
A palavra surgiu trazendo do........
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