Carnaval é coisa séria
Não lembro quando o carnaval começou a fazer parte da minha vida, mas eu era bem criança. Foram muitos anos nas aglomerações de bairro, jogando água em quem passava na rua, pedindo dinheiro com a La Ursa, nos blocos de rua infantis nas ladeiras de Olinda. Eu devia ter uns 12 anos quando fui levada para o Galo da Madrugada e passei um aperto no maior bloco do mundo que me traumatizou por duas décadas.
No pique do frevo, eu demorei a entender que as pessoas não vivenciavam o mesmo carnaval que minha família e eu. Por que ir para a praia ou viajar durante o período? Por que ir para camarote, se o povo todo está na pipoca? Por que beber além do ponto, se você corre o risco de acabar perdendo um dia de folia? Por que só assistir a um desfile, se você pode participar dele?
Mas os nossos carnavais são muito mais diversos do que a minha ignorância permitia aceitar. Nossos carnavais vão muito além dos sambas, apesar de os principais noticiários nacionais ainda insistirem em dar mais tempo........
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