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Platão e as sombras

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07.01.2025

Diretor-geral do Instituto de Matemática Pura e Aplicada, ganhador do Prêmio Louis D., do Institut de France.

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O livro 7 da obra "A República", escrita por Platão (428–348 a.C.) por volta de 380 a.C., abre com a célebre alegoria da caverna, que está na origem do sentido que damos hoje à palavra "platônico".

Sócrates propõe a seu interlocutor, Glauco, que imagine uma caverna onde pessoas estão acorrentadas desde a infância, suas pernas e pescoços fixados de tal modo que só podem ver a parede à sua frente. Atrás deles há uma fogueira, e entre a fogueira e os prisioneiros há uma passarela elevada com um muro baixo. Pessoas ocultas atrás do muro erguem objetos "assim como os apresentadores de fantoches têm telas à sua frente acima das quais movimentam os seus fantoches".

Sócrates sugere que as sombras desses objetos na parede, à luz da fogueira, constituem a realidade para os prisioneiros, pois eles nunca viram outra coisa e não percebem que se trata de meras projeções de objetos reais que eles não veem. De igual forma, afirma, nós tomamos como realidade as percepções dos nossos sentidos que, na verdade, não passam de sombras de uma realidade superior a que não temos acesso.

É uma metáfora poderosa, talvez a mais influente de toda a história do pensamento. Mas, questiona o filósofo italiano Roberto Casati (n. 1961), ela é justa com as sombras? E especula o que a sombra do........

© UOL


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