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Não é papel da imprensa criar narrativas

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Mestre em Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Catarina e doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP.

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O homo sapiens é, por natureza, um contador de histórias. Ao narrar experiências, organizando-as de forma sequencial e lógica, damos sentido à existência num mundo caótico e no geral amedrontador —não à toa, crianças se acalmam ao ouvirem histórias antes de dormir.

Na política, o termo narrativa se refere a um discurso desenvolvido para direcionar a percepção sobre eventos, ideologias ou líderes. É uma tática usada por militantes e governos que faz parte da disputa pelo poder. Mas não é papel do jornalismo criar narrativas ou embarcar nelas cegamente.

Nos últimos dias, porém, foi o que se viu. Parte da imprensa passou a explicar a alta do dólar como resultado de um ataque especulativo do mercado. Chegou-se ao paroxismo de culpar alguns memes sobre o presidente do Banco Central pelo fenômeno.

Moto-contínuo, o ministro da Secom de Lula, Paulo Pimenta, disse que uma operação criminosa da "indústria de fake news" fez o preço da moeda........

© UOL


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