Entrevista com o senso comum
Escritor e ensaísta, autor de "Notas sobre a Esperança e o Desespero" e “A Era do Niilismo”. É doutor em filosofia pela USP.
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Em 1976, a escritora Anne Rice lançou um livro que foi um grande best-seller, "Entrevista com o Vampiro", que virou um filme com Tom Cruise e Brad Pitt.
Essa lembrança me levou a fazer uma entrevista com alguém que muita gente acha que está sugando o sangue da democracia, o desconhecido senso comum. Para a elite intelectual do mundo, essa entidade estranha habita as noites escuras da ignorância. O objetivo é eliminá-lo da face da Terra, pois ele é uma ameaça à racionalidade política herdeira das luzes. O senso comum é a sombra da modernidade iluminista.
Nossa conversa durou cerca de três horas, mas vou transcrever aqui só alguns momentos. Convidei-o para tomar um vinho, mas, ele não bebe vinho, nem entende nada de vinho. Mas devemos reconhecer que ele não sofre do mal dos inteligentinhos —que não curte cheiro de povo— que é ser afetado no que concerne a vinhos. Conselho: não fale de vinhos, beba em silêncio.
A primeira coisa que perguntei foi o que ele considerava o mais importante na sua vida. A resposta foi "minha família, que meus filhos não usem drogas e Deus". Venhamos e convenhamos, uma resposta assaz estranha para nós da elite. E continuou: "que meus pais tenham sido pessoas honradas e que nunca eu tenha tido ladrões na família". Quer coisa mais pequeno-burguesa do que querer pensar que seus pais tenham sido pessoas "honradas"?........
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