O que será das árvores engolidas pelo fogo e pela seca?
O Brasil arde em chamas: só em agosto deste ano, o volume de queimadas foi uma vez e meia maior do que ocorreu no mesmo mês do ano passado. O fogo que atrapalha a vida de pelo menos 10 milhões de brasileiros compromete a biodiversidade.
Há mais de uma década o biólogo Leandro Maracahipes estuda como as árvores no limite entre a Amazônia e Cerrado se comportam diante do fogo e de secas severas. Num Brasil em que a agropecuária avança sobre a floresta, entender mecanismos de vulnerabilidade e recuperação é fundamental.
"A tendência é ter mais, e não menos, fogo e seca extremas, mesmo em áreas florestadas", observa Maracahipes. Ao contrário do Cerrado, a Amazônia não evoluiu na presença do fogo sazonal natural — as árvores do bioma não têm resistência e resiliência contra as queimadas.
As de tronco e casca mais finos, de madeira leve e crescimento rápido, são as mais vulneráveis. As maiores, de tronco e casca mais espessos e de madeira dura, morrem mais devagar. Com eventos repetidos de fogo, elas não conseguem "cicatrizar" as partes queimadas, "sujeitas à invasão de cupins e outros animais que as corroem", diz o biólogo.
Maracahipes viu isso acontecer em um projeto na Estação de Pesquisa Tanguro, localizada em uma fazenda da família Maggi, na zona de........
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