'Estou deprimido e não consigo me abrir com minha parceira'
Escrita por Carol Tilkian, psicanalista, pesquisadora de relacionamentos e palestrante. Fundadora do podcast e do canal Amores Possíveis e professora da Casa do Saber
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Apesar da jura clássica do casamento prometer amor "na alegria e na tristeza, na saúde e na doença", a maioria de nós se sente indigna de ser amada em momentos de fragilidade. E esse sentimento não só intensifica a própria dor como a percepção do abismo que nos separa de quem já foi porto seguro.
Depressão não é fragilidade, é uma doença mental que já afeta mais de 12 milhões de brasileiros, de acordo com a OMS, e tende a ser crônica e recorrente quando não tratada. Mas infelizmente, apesar dos esforços coletivos como o Setembro Amarelo para desconstruir os estigmas sobre transtornos mentais e a psicofobia, a experiência individual continua atravessada por vergonha, medo, impotência e solidão—estados que não raro agravam o quadro clínico. Se você sente que está deprimido e não consegue falar com seu parceiro, saiba: você não está só. Nomear essa dificuldade já é o primeiro passo para dar palavra a dores que nos parecem inomináveis.
Segundo uma pesquisa Ibope de 2019, 1 a cada 4 brasileiros não contaria a familiares ou companheiros um diagnóstico de depressão; entre jovens de 25 a 34 anos, o índice chega a 63%. Esse silêncio, tão massivo, revela a pressão da lógica da performance e de um ideal de eu e de casal. Em tempos em que até o amor parece submetido à produtividade —precisamos ser sexualmente ativos, pais engajados, bons amantes, parceiros pró-ativos—, perceber-se fora desse eixo e da positividade é vivido........
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