Um chorinho a mais de vida
Essa história começa no impacto que por pouco não botou um ponto final na minha existência. Transformado em bolinha de papel amassado, meu carro. E eu ali, vendo tudo de fora. Completamente desconcentrada da seriedade exigida por uma experiência de quase morte.
A esta altura do texto, talvez eu devesse ultrapassar pequenos pudores, caçando cliques sobre o caos urbano. E não contando que enxerguei certa poesia ao ser abalroada por um ônibus na esquina da rua do Bandolim. Onde Jacob —o do instrumento, autor de "Doce de Coco", presente na playlist que tocava durante o pancadão— se reunia com demais baluartes do chorinho.
"Que bom, então, que não se machucou. Aceita uma aguinha?", perguntou a gentil fiscal do ponto. A aguinha, no caso, servida em copo de conserva de milho, daqueles ainda com rótulo colado. "Só não repara, tá? Lavei direitinho." Juro: eu tento a todo custo ser cínica, mas não........
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