Flip – Por Luis Cosme Pinto
João do Rio, apelido do jornalista, cronista e escritor Paulo Barreto, entrou pra história como o inventor da reportagem.
João, que nos primeiros anos do século XX encantava os cariocas com os dramas e a graça dos próprios cariocas, alisava as solas de sapato nas ruas de pedra e suava suas elegantes camisas em incansáveis caminhadas. Notícia era o que buscava João. Não a factual, fria. Notícia de gente, isso sim.
Flanava pelas casas de prostituição, era acolhido nas rodas de jogatina, circulava por vielas, bocas quentes. De lá, João trazia histórias de pessoas comuns, seus sonhos e aflições. Transformava estivadores, lavadeiras e até animais – como os burros que puxavam os bondes - em protagonistas. A cidade lia, relia e pedia mais.
Se não bastasse o brilho em vida, João morreu como herói. Fulminado por um infarto aos 40 anos, juntou 100 mil pessoas em seu velório.
O escritor era um homem preto, gordo e gay. E daí? O escritor era, sobretudo, um homem que o carioca admirava e o Rio se uniu para chorar João.
Mais de cem anos se passaram e João renasceu. Foi na semana passada, ao ser o homenageado da Flip, a........
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