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A espetacularização do herói esconde nossa tragédia

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11.06.2025

Os artigos da equipa do PÚBLICO Brasil são escritos na variante da língua portuguesa usada no Brasil.

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Nos últimos dias, nossa atenção foi capturada por uma série de acontecimentos: a embarcação com ativistas rumo a Gaza; as manifestações em defesa dos imigrantes nos Estados Unidos; o assassinato de uma dezena de estudantes e funcionários em uma escola de Graz; e a agressão a um ator na entrada do Teatro A Barraca.

As evidentes diferenças entre os temas precisam ser lidas também à luz do que os aproxima. Enquanto o barco com ajuda humanitária, capitaneado por Greta Thunberg, foi interceptado pelo governo israelense — seus integrantes feitos prisioneiros e devolvidos a seus países de origem —, as ruas da California testemunharam a escalada de um conflito público entre manifestantes e a Guarda Nacional e Fuzileiros enviados por Donald Trump.

Já a chacina na Áustria, sabe-se, foi cometida por um ex-aluno de 21 anos, que se suicidou após se esconder. A agressão em Lisboa, por sua vez, foi promovida por um grupo de neonazis, justamente no marco dos 30 anos do assassinato de Alcino Monteiro, vítima de um ataque racista realizado por simpatizantes da mesma ideologia.

Em comum entre os episódios, o teste dos limites e das leis. No Oriente Médio, a intercepção em águas internacionais violou acordos vigentes, enquanto os ativistas desobedeciam a ordens soberanas que lhes impediam a aproximação sem autorização. Em Los Angeles, contrapõem-se manifestações agressivas e desacatos às abordagens truculentas, excessivas, com tiros de borracha e gás aplicados pelas forças militares, direcionadas ao local, mesmo sendo inconstitucional. Sobre os motivos do jovem austríaco, pouco se sabe. Já quanto à agressão na porta do teatro, a mensagem........

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