O Canadá pode mesmo tornar-se um Estado-membro da União Europeia?
A tensão política entre os Estados Unidos e o Canadá, exacerbada durante a presidência de Donald Trump, fez Otava ponderar novas alianças. Entre estas, surgiu a hipótese, pouco viável, de aderir à União Europeia. De facto, a herança britânica e francesa, aliada a valores de bem-estar social, respeito pelos direitos humanos e multilateralismo, aproxima o Canadá dos princípios fundadores da UE.
Contudo, a proximidade cultural não é suficiente para efectivar uma adesão. O artigo 40.º do Tratado da União Europeia estipula que apenas “Estados europeus” se podem candidatar, sem definir rigorosamente o que é “ser europeu”. Em 1992, a Comissão Europeia referiu critérios geográficos, históricos e culturais para avaliar a legitimidade de uma adesão. Embora o Canadá possa reivindicar laços históricos e valores próximos, a sua localização na América do Norte ergue um entrave quase inultrapassável. Mesmo os exemplos do Chipre, situado na Ásia Ocidental, ou da Turquia, que é parcialmente europeia, não se comparam a um território totalmente fora das fronteiras do continente.
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