Reinventar os Conselhos Municipais de Juventude
A democracia participativa é, na sua essência, um instrumento de aprofundamento cívico e de revitalização dos processos políticos. No entanto, o panorama da participação juvenil em Portugal continua a ser caracterizado por um paradoxo: embora a juventude seja frequentemente celebrada como a força motriz do futuro, os seus espaços de intervenção política revelam-se, demasiadas vezes, excessivamente burocratizados e afastados do jovem comum. Neste contexto, os Conselhos Municipais de Juventude (CMJ), criados como instâncias consultivas para garantir um diálogo efetivo entre os jovens e os decisores políticos locais, enfrentam um desafio incontornável: a necessidade urgente de reinvenção.
A regulamentação dos CMJ, através da Lei n.º 8/2009, de 18 de Fevereiro, constituiu um marco importante para a estruturação da participação juvenil a nível municipal. Contudo, volvidos mais de quinze anos desde a sua implementação, a realidade destes órgãos é marcada por um crescente afastamento da........
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