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A História merece respeito

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06.05.2025

A decisão de esvaziar as celebrações formais do 25 de Abril, optando por uma fusão simbólica com o 1º de Maio sob o lema “São Bento em Família”, representa mais do que uma simples inflexão cerimonial, configurando uma adulteração deliberada da memória coletiva e um exercício de reconfiguração simbólica da história democrática portuguesa. A este gesto, revestido de uma aparente inocuidade familiar, subjaz um planeamento de instrumentalização política.

Se o luto nacional, motivado pelo falecimento do Papa Francisco, digno de respeito, poderia perfeitamente ter sido assinalado a 26 de Abril, a sua sobreposição à efeméride fundadora da democracia portuguesa, foi profundamente reveladora. Tal escolha, não tendo sido inocente, foi capaz de anular simbolicamente a expressão pública do povo e da sua memória coletiva, insinuando que a celebração da liberdade pode ser adiada ou, pior ainda, substituída.

Ao não se assinalar o 25 de Abril (e até mesmo o Dia do Trabalhador) com a pompa e circunstância habitual, o Presidente da República e o........

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