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Um evangélico ama o Papa lendo-o e protestando

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28.04.2025

Sempre que um Papa morre pode existir no coração dos piores protestantes uma tentação de querer estragar as homenagens que lhe fazem. Sei do que falo porque pertenço a esse grupo. Quando soube da notícia, pedi a Deus pelo dom da moderação, tão raro em mim, e, depois de algum tempo, enviei um abraço a um par de amigos católicos chegados. Na enxurrada de discursos nas redes sociais, fiz por ficar calado. No fundo, acreditei que, ao evitar as declarações instantâneas da multidão, podia honrá-lo melhor do que as adorações apressadas.

Mas todos sabemos que um evangélico não sabe ficar calado. Cá estou eu a provar. O que é o melhor que posso escrever? Não sei bem mas vou tentar. A verdade é que, ao longo desta década e pouco em que Francisco foi Papa, fiz um esforço para acompanhar o seu ministério. Não foi perfeito mas foi sincero. Não estou a falar de colocar likes em fotos nem de replicar o eco das opiniões maioritárias. Como Max Weber intuiu, a “ética protestante” vê-se no trabalhinho e eu trabalhei lendo e ouvindo o........

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