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Automatizar sem descartar - a IA e as pessoas

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23.06.2025

“Se não fizermos nada, a próxima vaga tecnológica esmagará empregos tão depressa quanto cria riqueza.” O aviso, dado em entrevista ao Financial Times em 2023, pertence a Mustafa Suleyman, co-fundador da DeepMind,e autor do fabuloso livro The Coming Wave – considerado por Bill Gates como o seu livro preferido sobre IA (Inteligência Artificial). Esta «vaga» resulta da junção entre inteligência artificial avançada e biotecnologia; juntas geram um poder tão grande que, se não for bem regulado, pode transformar-se num tsunami social. Os números há muito deixaram de ser cenários teóricos: em Portugal, um estudo da McKinsey — relatório «Portugal e a IA generativa: acelerar a produtividade até 2030», divulgado a 21 de outubro de 2024 — estima que 1,3 milhões de trabalhadores – quase um terço da força laboral – terão de se requalificar até 2030 para que a economia não fique submersa.

Obtemos um retrato mais granular através um policy paper da Fundação Francisco Manuel dos Santos: 28,9 % dos empregos atuais (empregados de mesa, operadores de equipamentos, estafetas) integram o que os autores batizaram de “profissões em colapso”; 12,9 % vivem no “terreno das máquinas”, um limbo onde o destino depende do ritmo a que o software progride; 22,5 % encontram-se em ascensão (matemáticos, profissionais de marketing ou analistas financeiros); e 35,7 %........

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