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Legitimar o lodo através do voto 

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14.03.2025

No universo político-partidário a disponibilidade para se ser candidato e querer ir a eleições, para cumprir um qualquer mandato que disso dependa, é amiúde justificada pela vontade de contribuir abnegadamente para a causa pública.

Nessa recorrente retórica cabe por isso, quase sempre, um número considerável de declarações paralelas que tentam associar essa mesma disponibilidade a um assinalável prejuízo pessoal inerente aos candidatos. É, recorrentemente, disseminado que o contributo dado pelos candidatos quando se apresentam a votos será sempre em prol das populações, naquilo que deve ser reconhecido, por todos, como um nobre sentido de missão, tantas e tantas vezes lesivo para os próprios, que sentem o desígnio imperativo de o cumprir até mesmo contra os seus próprios interesses pessoais.

No entanto, quando os mandatos começam efectivamente a ser cumpridos e o poder é finalmente conquistado tende a ficar evidente que, na grande maioria das vezes, o status quo que sempre quis ser alcançado, por alguns candidatos, se tratava única e exclusivamente do mero acesso a esse poder e o que dele poderia advir.

Um poder que quando alcançado desejam que seja imperturbável.

Um poder que passam a pretender manter a todo custo, contra tudo e........

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