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O interesse de uma aliança AD/Iniciativa Liberal

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16.05.2025

O PSD sempre disse ser o Partido mais português de Portugal. É possível que hoje, com o notório regresso do trabalho à centralidade do seu discurso, reforce esse título e o comparta com a Iniciativa Liberal já que o trabalho é o tema que mais a define.

O país tem cerca de 1.6 milhões de empresas ativas. Em 2024, segundo o Pordata, Portugal tinha cerca de quatro milhões de trabalhadores por conta de outrem, destes 754 mil são funcionários públicos, 724 mil trabalhadores por conta própria, incluindo este número 241 mil trabalhadores por conta própria como empregadores e 483 mil isolados. No primeiro trimestre deste ano, Portugal tinha cerca de 5.2 milhões de pessoas no ativo e pode chegar ainda em 2025 aos 3 milhões de pensionistas.

Há uma grande massa cujo objetivo é realizar os sonhos e suprir as necessidades da sua vida e da sua família à custa do seu trabalho e não à espera de subsídio ou prestação social.

E há outra grande massa cujo objetivo é envelhecer dignamente depois de uma vida de trabalho.

“Só queremos que nos deixem trabalhar, que não atrapalhem”, é uma frase muito ouvida pelos políticos em visitas a empresas.

Foi isto que a esquerda esqueceu. Uma das lições que a tirar desta crise política é a contínua preponderância do trabalho nas nossas vidas. É possível que tenhamos menorizado este aspeto já que na pandemia e nas guerras a sobrevivência se sobrepõe a tudo, mas o trabalho é omnipresente.

Pedro Nuno Santos não percebeu, quando diz que o país precisa de mudar de ciclo, que o país já entrou num ciclo novo. Deixou o PS e a esquerda lá atrás há apenas um ano, e com eles as memórias da pandemia, da sobrevivência, dos serviços a rebentarem, das reformas inexistentes e de uma maioria paralisada. Agora queremos viver outra vez e reconstruir as condições para o fazermos bem e em paz. Há um limite para quanto discurso dos bichos papões e da desgraça podemos aguentar.

E, convenhamos, o líder do PS é, neste momento, uma caricatura do seu próprio discurso.

Que dizer de Mariana Mortágua? Que não pode saber o que diz quando vai........

© Observador