Pedro Frazão, deputado do Chega quer ser carteiro
Há quem leve flores, há quem entregue encomendas, e depois há Pedro Frazão, o deputado-carteiro do Chega, que decidiu inovar no combate político com um gesto que combina a subtileza de um carteiro atrasado com zelo de um escuteiro fanático.
O palco escolhido? A porta da casa do
primeiro-ministro. O argumento? Uma carta. O conteúdo? O de sempre: mais espetáculo do que substância.
Com o Parlamento dissolvido e sem tribuna onde teatralizar a sua indignação, Pedro Frazão decidiu improvisar um novo palco: a via pública.
Substituiu a dignidade da Assembleia pelo passeio em Espinho, num número que cruzava o moralismo suburbano com o carteirismo simbólico. Afinal, quem precisa de instituições quando se pode entregar cartas como se estivesse a distribuir folhetos da igreja ao domingo de manhã?
Mas vamos ao detalhe: Luís Montenegro, primeiro-ministro ainda em funções, não está sequer formalmente acusado de nada. Mas isso é irrelevante para o Chega, partido onde a presunção de inocência foi há muito substituída pela presunção de espetáculo.
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