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Ventura dentro do sistema

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28.05.2025

Faltam menos de 48 horas para André Ventura se tornar, provavelmente, no novo líder da oposição. O líder do Chega sucede assim a Álvaro Cunhal como o primeiro líder da oposição que não é do PS nem do PSD. É quase inédito em 51 anos de democracia e só tinha mesmo acontecido uma vez, quando o Governo de Bloco Central empurrou a liderança da oposição para o PCP. Mas Ventura terá muito mais força e influência: Cunhal era líder da oposição a um bloco maioritário que tinha 176 deputados em 250, o que dispensava grandes conversas com a oposição.

André Ventura será o líder da oposição a um governo apoiado por dois partidos (PSD e CDS) que, juntos, devem ter pouco mais do que 90 deputados em 230. Além disso PSD e PS, juntos, não têm dois terços do Parlamento, o que obriga Luís Montenegro como chefe de Governo a ter de ouvir o presidente do Chega como líder da oposição.

Ainda há muito pouco tempo Luís Montenegro ouviu Pedro Nuno Santos para ativar a cláusula de salvaguarda para investimento em Defesa (que permite que determinados gastos nesta área não contem para o défice). Ora, se a questão surgisse agora, André Ventura teria de ser ouvido, mesmo que houvesse a cortesia da AD em ouvir também o PS. Como responderia Ventura? Da mesma forma que Pedro Nuno Santos.

Recuando mais atrás, a 2011, há outro exemplo claro do poder das oposições na definição dos destinos do país. Para libertar o dinheiro que........

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