menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

A desagregação dos tachos

8 1
26.02.2025

Sou natural e cresci em Salvaterra de Magos. Vivia numa rua que, praticamente, ia dar ao largo da câmara municipal, não muito longe da junta. Na terra, na minha terra, não se joga à apanhada, brinca-se aos toiros. Há mais fandango que marchas. O ponto alto das festas da vila são as largadas e não os cantores pimba. Conheci campinos em exercício da profissão. O andebol tem um historial mais bem sucedido do que o futebol entre outras idiossincrasias. A aparente fidalguia dá-nos uma aparente arrogância sobre as freguesias e concelhos vizinhos, que nos chegam a chamar “netos de D. Miguel”, de tão absolutistas que somos.

Junto a Salvaterra de Magos estão os Foros de Salvaterra — que ao contrário de uma história de reis, condes e marialvas, foi sempre uma zona zona proeminentemente agrícola. Isto antes de uma boa parte dos salvaterrenses para ali migrarem para construir vivendas, casas com piscina e outros sonhos térreos. Lembro-me do meu amigo Jorge ter ido viver para o Foros e logo esquecemos as milhentas alcunhas para passar a ser o “foreiro”. Era como uma ofensa: fo-rei-ro. Os Jorges, como o meu amigo, foram vingados quando em 2013 Salvaterra e os Foros foram agregados numa mesma entidade administrativa.

Os salvaterrenses não passaram a ser menos salvaterrenses nem os foreiros menos foreiros. Não se perdeu a identidade por mais bacoca (ou barroca) que fosse. A única........

© Observador