Sem luz ao fundo do túnel
Na distópica narrativa de “A Revolta do Atlas” (“Atlas Shrugged”, no original) de Ayn Rand, uma sociedade imaginada desmorona-se lentamente sob o peso da mediocridade institucionalizada e do ressentimento contra a excelência individual. As infraestruturas vitais, outrora símbolos de progresso e estabilidade, caem gradualmente em decadência devido à negligência sistemática, corrupção burocrática e sabotagem ideológica. À medida que as luzes das cidades se apagam, as fábricas param, as redes de transportes colapsam e os hospitais ficam sem recursos essenciais: a sociedade entra numa espiral descendente, consumida pelo caos e dominada por notícias falsas, usadas como ferramenta para controlar a população, alimentando confusão e medo.
Portugal e Espanha vivenciaram um pouco da experiência distópica de Ayn Rand, inquietante nas suas semelhanças, ainda que – felizmente – não no seu apocalipse final. Durante horas, a Península Ibérica mergulhou numa inesperada escuridão, revelando dramaticamente a vulnerabilidade das nossas infraestruturas........
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