A economia da atenção
O conceito de economia da atenção surgiu no início da década de 1970 pelo economista e psicólogo Herbert A. Simon. A ideia central é simples: com a crescente abundância de informação disponível, a atenção humana, por contraste, tornou-se num recurso cada vez mais escasso. Produtos e serviços, os média, a política, o entretenimento — diferentes esferas da nossa vida competem por um objetivo comum: reter a nossa atenção, e lucrar com isso.
Refletir sobre isto faz-me sentir num limbo estranho, como se estivesse a baloiçar entre a conspiração e a epifania. Há uma certa alienação derivada de alimentar um sistema que não nos serve — e estar consciente disso. Em certa medida, nós compactuamos com esta constante exposição a informação e estímulos, usando as redes sociais, subscrevendo serviços de entretenimento e consumindo notícias em quantidades pouco saudáveis. Mas concordo que é mais complexo que isso: muitas destas dinâmicas já estão tão enraizadas nas nossas rotinas que a adaptação às mesmas acaba por ser quase inconsciente.
A primeira vez que ouvi falar sobre a noção de colonização da mente (ou seja, ocupar e explorar um espaço que antes era livre e autónomo) foi pelas palavras de Bo........
© Observador
