Quando falta a luz… e quem devia acender o país
Portugal ficou às escuras. O que não sabíamos é que a escuridão não era apenas elétrica. Era também institucional, política, e acima de tudo, humana.
No dia 28 de abril, um apagão de proporções históricas deixou 93% do território nacional sem eletricidade. A origem, como se sabe hoje, esteve numa falha técnica em Espanha. Mas a resposta — ou melhor, a ausência dela — teve assinatura nacional: do Governo da República, que nesse dia se eclipsou com mais eficácia do que a própria corrente elétrica.
Não foram os Ministérios que apareceram. Não foram os Secretários de Estado. Não foi a Proteção Civil. Aliás, a comunicação oficial da Proteção Civil só surgiu quando já grande parte do país tinha recuperado a energia. E mesmo assim, não se ouviu uma única palavra dirigida àqueles que estiveram no terreno: as autarquias e os Bombeiros. Nem um telefonema, nem uma mensagem de gratidão, nem sequer um reconhecimento formal — até hoje.
Foram os Bombeiros, como sempre, os primeiros a acudir. Foram as Juntas e as Câmaras que abriram portas,........
© Observador
