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Triste Fado

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20.01.2025

«(…) Que talhas com o teu machado, as tábuas do meu caixão (…) / Povo, povo, eu te pertenço / Deste-me alturas de incenso / Mas a tua vida não»

Assim reza (parte) da letra do extraordinário fado de Amália, Povo que Lavas no Rio, escrita por Pedro Homem de Mello.

Com muita tristeza – acumulada – verifico que parte da classe política, nomeadamente esquerda moderada e radical, traz novamente à colação, à agenda, a temática do aborto, marcada para 10 de janeiro.

PS, PCP, BE e Livre pretendem alargar o prazo para a prática do aborto não punido criminalmente para 12 (PS e PCP) e 14 semanas (BE e LIVRE), respetivamente.

Ora, duas premissas. A primeira, não lhe chamemos de IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez), que procura atenuar o ato, conferindo-lhe um ar perfumado desprovido de mácula. Chamemos-lhe aborto. É aborto. Será aborto.

A segunda premissa resulta do facto da lei nem sempre estar em sintonia com a realidade. Explico. A personalidade jurídica – suscetibilidade de se ser titular de direitos e obrigações – ocorre no momento do nascimento completo e com vida.........

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