Ode à Razão
Nas últimas semanas, a instabilidade governativa em Portugal tem suscitado significativas preocupações, especialmente quando considerada no contexto “barril de pólvora” em que se encontra a geopolítica mundial. Este panorama, desafiante para qualquer nação, e em especial para aquelas que compõem a União Europeia, é ainda complexificado através da introdução na equação de uma componente de instabilidade interna que, diga-se, se dispensava.
Numa cadência de acontecimentos de enorme rapidez, tivemos manchetes de jornais sobre a situação patrimonial de membros do governo, debates no Parlamento em que o foco foram os ativos financeiros do Primeiro-Ministro, duas moções de censura chumbadas, uma moção de confiança com anunciado chumbo e um Presidente da República que, praticamente, marcou eleições em direto, sabendo-se já que estas decorrerão entre os dias “11 ou 18 de Maio”. Ora, por muito apreço que tenha ao mês de Maio e o fenómeno eleitoral em si mesmo, tudo isto parece uma perfeita loucura se fizermos o e olharmos ao estado da Europa e do mundo.
Por um lado, do ponto de vista económico, vemos um derreter dos ganhos em bolsa impulsionados pela vitória de Trump nas eleições, em grande razão pela política do seu maior inimigo que é ele........
© Observador
