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A infantilidade da esquerda portuguesa

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15.05.2025

A maioria dos cidadãos de direita (atualmente a maioria dos eleitores portugueses) são moralmente conservadores e simultaneamente liberais economicamente. Semelhantemente, a maioria dos cidadãos de esquerda são moralmente pela mudança de valores e socialistas economicamente. Estes emparelhamentos mais comuns da moral e da economia acontecem naturalmente por todo o mundo e não só em Portugal. A diferença é que noutros países a direita oferece sem receio a combinação “dois em um” que os seus eleitores exigem: conservadorismo moral e liberalismo económico. Cá, os adultos da direita têm de deixar de recear a minoria de esquerda infantilizada e oferecer essa combinação desejada pela maioria da população portuguesa adulta.

Quando somos muito jovens somos naturalmente rebeldes e ingénuos. Isto é compreensível e não muito repreensível em jovens que ainda não experimentaram a vida nem absorveram muita cultura. Assim por pura rebeldia juvenil queremos mudar drasticamente a sociedade e os seus valores mesmo que eles não precisem de ser mudados radicalmente apenas melhorados. Acreditamos mesmo que qualquer mudança levará automaticamente ao progresso e nunca ao retrocesso nos valores. Igualmente, por ingenuidade juvenil acreditamos que numa sociedade igualitária o mérito não conta. Todos deverão ganhar o mesmo porque todos se esforçarão o mesmo, dentro das suas possibilidades e sem necessidade de incentivos individuais. Todos porão o bem comum acima do seu bem individual, incluindo os governantes que nos confiscarão impostos só para nosso bem. Ninguém se aproveitará e todos se entreajudarão abraçados. Kumbaya!

Consequentemente como imberbes somos facilmente contra os valores da sociedade e a favor do socialismo na economia. Ou seja, militamos em Portugal, ufanos daquilo que arrogantemente pensamos ser a nossa enorme moral e bondade económica, no PS, Bloco, Livre ou PCP. Lá fora veneramos o derrotado partido democrata americano e damos por verdade evangélica tudo o que as televisões americanas desse partido nos disserem e as de cá traduzirem, sem necessidade de mais fontes. Como jovens glabros, temos muito orgulho no socialismo igualitário e estado grande que defendemos, acreditando em gambuzinos que todos contribuirão muitíssimo para a segurança social e ninguém vai tirar do pote comum do estado sem merecer ou sem precisar. Sonhamos em ir ao festival Coachella ouvir discursos radicais do Bernie e AOC, iguais a Rui Tavares e Mortágua.

Assim adoramos o programa dos rapazes do PS inspirado na sua admiração pelos moços e moças do Livre e BE. Tal programa diz-nos por exemplo que agora é que nos vão-nos dar resmas de casas em Portugal sem termos de emigrar para trabalhar. Já não teremos de fugir de pagar cá tantos impostos, supostamente para nos construírem casas e hospitais. Há décadas que não deram nada do que prometeram dar da habitação à saúde, só tiraram cada vez mais em impostos, mas agora é que é! Igualmente achamos o máximo que o programa do PS proponha esconder e punir menções de origem que questionem a verdade religiosa da esquerda sobre minar a cultura portuguesa.

Acreditamos mesmo que Pedro Nuno Santos e os seus possíveis ministros boys socialistas que cresceram........

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