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Calhaus e pedregulhos

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16.03.2025

“As birras do obeso e obtuso Amado eram realmente singulares. Sem razão, de repente, embirrava. E era então como o obstáculo bruto, inerte, material, de um enorme pedregulho numa estrada. Era uma enorme resistência passiva e espessa” … “rosnava surdamente: – Não estou pelos autos… Não vai… Não me calha” … “E causava indignação e horror, sentir aquela massa bestial e adiposa, atravancando obstinadamente o caminho!”

É com esta passagem de Eça de Queiroz em O Conde D’Abranhos que o PSD de 2024 e seguintes apresenta o seu cartão de visita ao eleitorado. Indiferente às escolhas do eleitorado, obtusamente agarrado ao Não é Não, os calhaus soltos deste imenso pedregulho que o PSD se está a tornar impedem, novamente, que em 2025 Portugal tenha um governo suportado por uma maioria parlamentar, e, com isso, esteja em condições de fazer reformas. Tornou-se já evidente que o ressentimento, a soberba, o medo, e porque não especular, a maçonaria, não estão muito pelos autos e recusam-se a considerar Ventura e o seu Chega para dar uma volta a este Portugal, como se um acordo político de governação seguisse os trâmites que testemunhamos no relacionamento entre jovens desavindos. É assim, com esta inventada questiúncula quadrada de intervalo de escola C S, que a insuficiente massa cinzenta laranja se propõe bloquear uma alternativa não socialista para governar Portugal.

Nunca é tarde para relembrar que o Portugal que chegou a 2011 tinha três ajustamentos para efectuar. O financeiro, através da redução das dívidas públicas e privadas, o económico, através da passagem de uma economia........

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